Sobre o Amor

Em primeiro lugar nós temos a palavra Maitri que pode ser traduzida como “amor” ou “amorosidade”. É a intenção e a capacidade de trazer alegria à outra pessoa ou à várias pessoas. A intenção não é suficiente, por que as vezes você quer muito fazer o outro feliz mas você o faz infeliz. Então a intenção não é suficiente. A capacidade de fazer outra pessoa feliz. E como? Pelo trabalho de olhar profundamente , por vipassana. Se você não entende uma pessoa você não pode amar, este é o ensinamento do Buda, então o amor é feito de uma substância chamada entendimento. E o entendimento é o resultado de olhar profundamente. Você está calmo, você olha, você vê, você entende, e agora você pode amar.

Por que para amar alguém com intensidade significa fazer essa pessoa feliz e sorridente, florescendo como uma flor. E a menos que você conheça a natureza, as dificuldades, o desespero e a esperança dessa pessoa, você não pode trazer para ela o certo que pode faze-la feliz. E você faz isso apenas para o bem da pessoa que você ama. Você não diz “…eu faço isso pra você e você tem de fazer aquilo por mim…” isso não é Maitri , isso é um tipo de troca não é amor. Você faz isso sem nenhuma condição.

O segundo aspecto do amor é Karuna : a capacidade de transformar, de remover a dor de outra pessoa. A outra pessoa pisa num espinho e sofre, você vem e remove o espinho e coloca um bálsamo nele e você alivia o sofrimento, isso é Karuna. E você faz isso sem pedir nada em troca. E isso também requer seu poder de entendimento, e apenas através desse tipo de insight você pode começar a amar corretamente. E portanto, o amor, no contexto budista, é uma prática. A prática de olhar profundamente e não apenas a intenção de fazer o outro feliz. Amor é ação e o símbolo da ação é a mão.

Quando você entra num mosteiro tibetano, ou num nosteiro viatinamita, você pode ver uma imagem de Buda com mil braços. Isso significa que o Buda tem mil maneiras de amar. De outra forma você não entende por que ele tem tantos braços. E se você olhar mais profundamente em cada palma da mão tem um olho, e esses olhos significam: olhando profundamente para entender, e se você não olha profundamente para entender como você pode amar? Então “o entender” é a essência do amor e o amor é feito de entendimento. Você não pode amar uma pessoa se você não a entende. Isso é simples. E se você a ama sem entendê-la você a está fazendo sofrer. Isso não é amor verdadeiro. Pivra a outra pessoa de espaço, de liberdade, de frescor e você pode ver isso. E quando a outra pessoa não está nutrida de amor você não será nutrido de amor. Quando você tem esse amor e essa amorosidade você é o primeiro a lucrar com essa prática.

O homem ou mulher que forem motivados por Maitri e Karuna são lindos em si mesmos e é claro que a pessoa que ele ou ela ama também é linda, por que ela é regada com Maitri e Karuna. Então quando a outra pessoa não parece feliz, nós sabemos que tem algo errado com nosso amor. Nós deveríamos parar de dizer “…eu a amo tanto e fiz tudo ao meu alcance para fazê-la feliz, por quê ela não é feliz?, ela não quer ser feliz…”. Nós não deveríamos acusa-la (culpa-la) assim. Deveríamos voltar e olhar profundamente a natureza do nosso amor. Para ver onde nós entendemos essa pessoa e o seu sofrimento.

No começo ela é uma flor mas agora ela não parece uma flor e nós a culpamos por não ser nossa flor. Mas quem é a pessoa responsável pela flor? Você. O que você tem feito para a sua flor? O amor se tornou ódio e agora você tem uma opinião diferente, você acha que a separação é o melhor, “…eu não posso mais viver com ela…” justamente a afirmação oposta. Então amor transformado em ódio é muito comum, e protanto você deve praticar diariamente para manter o amor vivo, e amor no contexto budista é Maitri e Karuna: trazer alegria e transformar o sofrimento da outra pessoa. E como você pode fazer isso se você não está calmo o suficiente, se você não olha profundamente para ela de maneira a ver que tipo de necessidade ela tem? Que tipo de sofrimento ela tem? Quem não precisa de meditação?

Tchich Nhat Hanh

“Quando pensamos em nós mesmos como possuidores de pessoas, o desejo de controlá-los e os consequentes sentimentos de traição podem ser especialmente fortes. Nós tendemos a vigia-los cuidadosamente o tempo todo para ver o que eles estão fazendo ou podem estar fazendo. Esta vigilância nascida da ansiedade cria muita tensão. Se pensarmos que possuímos alguém, se “temos” eles, nós botamos um “nós” e “eles”. Isso por si só é uma fonte de separação. Nós realmente criamos um abismo entre o possuidor e o possuído . Quanto mais sentimos separação entre nós e eles, mais vamos tentar controlá-los. Tornamo-nos mais preocupados com a nossa capacidade de segurarmos eles do que com apreciar o nosso contato com eles. ” -Sharon Salzberg | Lovingkindness

 ”MÃE”

 “A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do  tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela  sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso  natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de  todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso.  Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros

também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.”

“Dê a quem você Ama :
– Asas para voar…
– Raízes para voltar…
– Motivos para ficar… ” – 

 

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