Lidando com a mente ciumenta e competitiva Como apenas 5 minutos se sentindo afortunado e regozijar-se com as ações de outras pessoas pode nos trazer felicidade, por Phakchok Rinpoche.

No mês passado, Phakchok Rinpoche e mais de 70 monges e monjas se reuniram para um drubchen de 9 dias (um retiro de meditação budista tibetana) em Bodh Gaya, na Índia. A mensagem seguinte foi enviada em antecipação ao último dia do retiro, que também caiu no Dia do Guru Rinpoche – um feriado mensal que celebra Padmasambhava, que trouxe o budismo para o Tibete. Abaixo, Phakchok Rinpoche nos encoraja a regozijar-nos na vida que temos e aprender a apreciar o trabalho dos outros, permitindo-nos a contornar o ciúme e a competitividade em nossas vidas.

É muito importante apreciar a nossa vida e regozijar-se no sucesso de outras pessoas. Precisamos nos sentir afortunados com o que temos – com nossos companheiros, família, riqueza e trabalho. O que quer que você tenha, você necessita de coisas simples para ter felicidade na vida, e para sentir-se muito meritório e afortunado. Desta forma, nossa mente se torna muito positiva.

Você pode ser um praticante realmente sério, um não-praticante, ou um tipo médio de praticante. Seja qual for o tipo de praticante que você é, é muito importante ter uma atitude que o faça feliz e equilibrado. Esta atitude vem de ver sua vida como significativa e afortunada, de sentir que tem méritos, contentamento, e apreciar o que outras pessoas fazem. E também de sentir-se feliz com o que você tem e sentir-se feliz com o que você é. Porque, quando não fazemos isso, nossa mente nos compara aos outros e se torna competitiva. Então julgamos que nunca é o suficiente. E nosso desejo nunca é suficiente. A combinação de ser competitivo e ter um monte de desejo traz muita infelicidade.

Então você precisa saber e ver. Preciso ver – todos nós precisamos ver – que a felicidade, alegria e bem-aventurança surge por estarmos contentes com o que temos e o que somos. E sentir-nos dignos por tudo o que somos é muito importante.

Sempre que a mente competitiva e ciúmes aparecem, você precisa fazer este trabalho. Agora, algumas pessoas acreditam que pensar dessa forma é muito positivo: “Precisamos trabalhar com empresas competitivas e pessoas competitivas e precisamos trabalhar mais para melhorar.” Mas, o meu ponto é que a nossa mente competitiva e comparativa é ligada a partir da hora em que nós acordamos até a hora de dormir. Estamos sempre desafiando os outros, sempre queremos melhorar, sempre queremos algo mais. Quando é que vai terminar?

O meu ponto é que não sabemos como parar. Nós só sabemos como avançar e nos agarrar mais. Você não se sente cansado?

Você pode se dar 5 a 10 minutos para se sentir feliz, afortunado, grato ou satisfeito com o que você tem. E depois disso, você pode se alegrar com o que as outras pessoas fazem, desfrutam, quando tem sucesso, e estão em um bom momento. Simplesmente se alegrar e se sentir satisfeito, não mais do que isso. Isto trará alguma alegria que você não sente ao gastar 8 horas sendo competitivo. Apenas 5 minutos de regozijo com as ações de outras pessoas traz felicidade.

Então, por favor, decida por si mesmo o que é melhor.

Tradução do original em inglês por Clara Luz. 

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Phakchok Rinpoche é um jovem Lama, com energia vibrante e imensa sabedoria. Seus profundos ensinamentos são diretos, acessíveis e têm o poder de tocar nossa mente com leveza e bom humor, fazendo-nos incrivelmente receptivos. Ele é um grande representante da nova geração de mestre Vajrayana do Budismo Tibetano. Rinpoche é o detentor do trono do Monastério Riwoche no Tibete. Ele é filho do renomado mestre de meditação Chokling Rinpoche, e irmão do Yangsi de Dilgo Khyentse Rinpoche.

 

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