Vídeo mostra a reação das pessoas frente ao racismo | O que você faria?

 “Somos todos como atores em uma peça de teatro que se confundiram com suas personagens; por isso, vemos uns aos outros como amigos ou inimigos. Uma vez que compreendamos isso, é irrelevante se as pessoas são conhecidas ou desconhecidas, feias ou bonitas, amáveis ou não  Em vez de classificar as pessoas, podemos aprender a superar os limites da nossa compaixão e a tratar todos os seres com a mesma bondade, com paciência e compaixão, ao invés de raiva ou apego.”

Chagdud Tulku Rinpoche

O Harlem, bairro de Nova York, nos Estados Unidos, concentra a comunidade afro-americana desde a década de 1930. Na região, ser branco chama a atenção dos moradores, mas será que isso pode provocar atos de ódio e violência? O quadro “What Would You Do” (“O Que Você Faria”), produzido pelo canal ABC, resolveu testar esses preconceitos em novos vídeos.

Em três das quatro filmagens as pessoas reprovaram a ação de Rachel. Uma das mulheres, que aguardava nas cadeiras de espera do salão, questionou enquanto apontava o dedo para a cabeleireira: “As mesmas críticas que fizeram com a nossa gente, você vai lá e vai fazer com outra pessoa? O que te dá esse direito?”.

Em outra filmagem, após os comentários de Rachel, um homem arranjou uma briga feia, argumentando que se o problema é uma garota branca não ser do Harlem, a cabeleireira também deveria parar de frequentar o centro de Nova York. Ele, então, finalizou: “Drogas estão arruinando a família negra, pobreza está arruinando a família negra, não uma garota branca”.

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A reação mais incrível de todas é a última, em que uma senhora negra e homossexual faz Rachel chorar e pedir desculpas à garota branca, ao fazer um discurso coerente e amoroso: “Onde está o seu coração amoroso? Se ela estivesse deitada sangrando na rua, você a ajudaria? […] É nossa responsabilidade garantir que eles se sintam bem. Nós não precisamos pisar neles. Eles já pisaram em nós por muito tempo. Vamos tentar levantar juntos”. Assista abaixo:

“Quaisquer que sejam nossas circunstâncias externas, no fim das contas a felicidade ou infelicidade depende da nossa mente. Considere que uma companhia com quem nós ficamos, continuamente, dia e noite, é nossa mente. Você realmente gostaria de viajar com alguém que ficasse reclamando o tempo todo e ficasse dizendo quão inútil você é, quão sem jeito você é, alguém que lhe lembre de todas as coisas horrorosas que você já fez? Ainda assim, para muitos de nós, esse é o jeito que vivemos — com esse crítico incansável, difícil de agradar e sempre nos rebaixando que é nossa mente. Ela ignora totalmente nossas qualidades e é genuinamente uma companhia muito triste.

A questão é que quando nossa mente está cheia de generosidade e pensamentos de bondade, compaixão e contentamento, a mente se sente bem. Quando nossa mente está cheia de raiva, irritação, auto-piedade, ganância e apego, a mente se sente doente. E se nós realmente investigarmos isso, podemos ver que temos a escolha: podemos decidir amplamente que tipo de pensamentos e sentimentos irão ocupar nossa mente. Quando pensamentos negativos aparecem, podemos reconhecê-los, aceitá-los e deixá-los ir. Podemos escolher não segui-los, o que só colocaria mais lenha na fogueira. E quando pensamentos bons vêm à mente — pensamentos de bondade, cuidado, generosidade e contentamento, e um senso de não segurar mais as coisas tão fortemente, podemos aceitar e encorajar isso, mais e mais. Podemos fazer isso. Somos o guardião do precioso tesouro que é nossa própria mente.

Um coração genuinamente bom é fundamentado no entendimento da situação como ela realmente é. Não é uma questão de sentimentalismo. E um bom coração também não é uma questão de sair por aí num tipo de euforia de falso amor, negando o sofrimento e dizendo que tudo é benção e alegria. Não é assim. Um coração genuinamente bom é um coração que é aberto e é ávido por compreensão. Ele ouve as tristezas do mundo. Nossa sociedade está errada ao pensar que a felicidade depende da satisfação dos nossos próprios desejos e vontades. Por isso nossa sociedade está tão miserável. Somos uma sociedade de indivíduos, todos obsessivos com o esforço por nossa própria felicidade. Estamos desconectados de nosso sentido de interconexão com os outros, estamos desligados da realidade. Porque na realidade estamos todos interconectados.”

 Jetsunma Tenzin Palmo

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