A inspiração do Dalai Lama Richard Gere reflete sobre como Sua Santidade o Dalai Lama teve impacto em sua vida.

O Dalai Lama alegremente aperta o nariz de Richard Gere em “Power and Care,” uma conferência sediada pelo Instituto Mind and Life em Bruxelas, em setembro de 2016. Foto de Olivier Adam.

Lembro de ter uma conversa particular com Sua Santidade muitos anos atrás. Em um determinado momento, ele tocou a ponta de sua língua e disse baixinho: “Esta língua nunca mentiu.”

Que afirmação simples e surpreendente. Atingiu-me diretamente. Seria bastante impensável acreditar em uma declaração tão clara e digna vindo de qualquer pessoa nos dias atuais.

Engano, interesse próprio, cobiça, violência, corrupção e verdades paralelas infelizmente são coisas consideradas aceitáveis, e até mesmo esperáveis. Inclusive o Presidente dos Estados Unidos fica exposto em suas tolices. A linguagem se tornou vazia. As próprias palavras perderam seu caráter sagrado. Graça, gentileza e dignidade simples são ridicularizadas como politicamente corretas.

Ele é o sol radiante do abraço universal. Ele é inclusão, serviço e autossacrifício. Ele é amor genuíno.

Porém, há alguns poucos gigantes, como o Dalai Lama, que restam entre nós – gigantes que, com humildade tocante, falam e agem com sensibilidade e cuidado por todos os seres, sem preconceitos. 

As obscuras forças que nos dividiriam, que encolheriam nosso mundo em um interesse próprio e em indiferença tribal, ou extrema crueldade e ódio no seu pior aspecto, estão se manifestando de formas assustadoras em todo o mundo. O Dalai Lama e sua influência são necessários agora mais do que nunca.

Sua Santidade nos acorda de nosso horrível sono. Ele é o sol radiante do abraço universal. Ele é inclusão, serviço e autossacrifício. Ele é amor genuíno. Ele é interconectividade. Ele nos recorda quem realmente somos. Nos torna maiores. Faz com que nos importemos. Ele nos delicia com sua sabedoria, sua alegria, seu riso e seu otimismo. Ele nos carrega. Como é impossível ser orgulhoso e pretensioso perto de alguém tão simples e gentil.

Queremos ser melhores. Queremos ser bons. Queremos encontrar soluções que funcionem para todos – que tragam felicidade e as causas da felicidade futura para nós mesmos e para todos os seres igualmente. Observando o rosto do Dalai Lama, ouvindo suas palavras, recebendo Suas bênçãos, queremos amar mais profundamente, esquecer mais completamente e servir aos outros de forma mais desinteressada. E nós podemos fazer isso.

Seres como Sua Santidade o Dalai Lama raramente vêm a nosso mundo. Porém, com toda certeza, eles vêm quando mais os necessitamos.

Em sua presença amorosa, sabemos que todas as coisas boas são alcançáveis. Sabemos que a escuridão deste momento não é permanente. É completamente transformável – se nós fizermos o trabalho, se quisermos isso com força suficiente. Temos essa extraordinária oportunidade agora, exatamente agora.

Seres como Sua Santidade o Dalai Lama raramente vêm a nosso mundo. Porém, com toda certeza, eles vêm quando mais os necessitamos. Como seria tolo de nossa parte não acolher esse incrível presente e não fazer o trabalho de liberar a nós mesmos e a todos nossos seres irmãos e irmãs desta loucura. Depende de nós.

Uma vez, meio brincando, perguntei a Sua Santidade se eu podia parar com todos os meus compromissos. Eu estava cansado. Ele sorriu e disse: “Você pode parar quando eu parar.” Eu ri. Porque é claro que aquilo queria dizer: nunca.

Publicado originalmente em Lions Roar.

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